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Alguém que anda SÓ

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Lenda da Maçã

Outro dia tentava entender a “lenda da maçã”...O pecado original!
Original porque? Era óbvio que se a lenda fosse verdadeira eles iriam comer a maçã, e quem não comeria???
Sendo o fruto do conhecimento, não tinha sentido ele estar ali, preso aos galhos da razão, e ao mesmo tempo ser intocável, impossível, pecaminoso ou proibido! Só não podemos esquecer que junto com o ato de comê-lo, viria agregado o “Livre Arbítrio”, e é ai que a coisa pega mais fundo, afinal, após termos o conhecimento das coisas, não poderemos mais nos omitir...Se faz necessário que comecemos à assumir posições, tomar decisões e contrair responsabilidades.
Durante toda nossa existência esta lenda nos persegue:
No zoológico, quando crianças, atiramos pipocas aos macacos, mas a placa diz que é proibido, mas quem não sabe ler não é autor de ato de culpa ou dolo...Doce inocência!!! Nem roubar um beijo da coleguinha de creche é proibido...
Anos mais tarde, num passeio de escola ao museu, o estudante vê uma linda pintura à óleo, cheia de detalhes, texturas nuances, e tem uma incontrolável vontade de tocar na obra,sentir, reconhecer, experimentar sensações, mas há uma placa dizendo que é proibido tocar...Pena já saber ler!!! Saudades da época de inocência.Na adolescência vemos parado na garagem um lindo carrão, é do pai, e só é permitido tocar no lado de fora, com pano ensaboado e muita água, mas virar a chave e ouvir o ronco do motor, nem pensar.
O estranho é que as coisas estão tão perto e tão longe ao mesmo tempo...É uma estrada repleta de dualidades...O tangível e o intangível. Mas logo chegará a maturidade e tudo será possível, ou não!!!
Virar a chave do carro, tocar na pintura ou roubar um beijo quando se é adulto, é o mesmo que a lenda da maçã...ela está ali, mas cabe a ti decidir se dará o próximo passo ou não, e tem que ter claro que vai estar assumindo todas as responsabilidades por isso. Inocência agora, só na saudade e na lembrança.
É como num dia chuvoso, ver o perfil de um rosto amado que pensa ao longe, ou os doces lábios que sorriem pra mim, e querer roubar um beijo...Neste exato momento me vem a cabeça o livre arbítro e a lenda da maçã, e ai, mudo meus planos e apenas comento o quanto é boa esta chuvinha para ver um DVD e tomar chimarrão...Que saudades da inocência e da coleguinha da creche e de seu beijo bem babado.
Ricardo Blomberg

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